quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Carinhosamente dedico estas linhas a minha querida irmã, com quem compartilhei muitos momentos e que por mais que me esforce, palavra nenhuma conseguirá descrever.

Você se lembra quando éramos apenas criança?
Bom, não gosto de nos retratar como apenas crianças por que não éramos comuns, fomos escolhidas para observar as coisas que aconteciam.
Só que Aquele que nos escolheu, não teve o escrúpulo de perceber que deveríamos ser apenas criança, naquele momento.
Logo cedo foi te dada à responsabilidade involuntariamente de cuidar de todos a sua volta, e mesmo na minha incipiência, tinha a responsabilidade de quebrar aquela tensão, com as minhas gracinhas e expressões.
Talvez hoje ninguém perceba o quanto somos fortes, nem mesmo nós.
Hoje para mim não importa os outros, mas a amizade o carinho e o respeito que criamos entre-nos. Agora não precisamos de base, pois nos mesmas criamos as nossas.
Tão longe, mas tão perto, não importa o que aconteça não deixaremos de ser o que somos, pois, o que somos, foi ao longo da vida sendo moldada por nos mesmas.
Mas você se lembra dos doces que repartíamos no fim do mês?
Não da para esquecer né. Era o momento pacifico que tínhamos, em outros estávamos nos adaptando, uma a outra.  Mas nada impedia de que nos amássemos.
Às vezes me recordo, de noites que eu tinha medo você segurava minha mão e cantava músicas até que adormecíamos. Tinha noites que tirávamos para brincar e outras para brigar, por causa do lugar no sofá e outras patifarias.
E ainda crianças, parávamos para entender o que acontecia, mais não dava por que sempre chagávamos na conclusão, que alguém da nossa família teria feito algo muito ruim, pras coisas estar como estavam.
Sentíamos uma forte dor de estarmos, sem o controle, e sei que esta dor ainda esta muita viva, nem que tentamos esquecê-la ela ainda dói.
Éramos criança, mais já tínhamos percepção de adultos, e por mais que tentassem percebíamos tudo o que acontecia, ficávamos alheias sem nada poder fazer mesmo que queríamos.
E só nos restávamos fingir sermos crianças normais. Impossível descrever o que sentíamos, apenas queríamos que Aquele que nos escolheu, deixasse que fossemos, crianças. 

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